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Nathalia Araújo·20 de abril de 2019

Palmeiras é acusado de coação e discriminação contra deficiente

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Luiza Baú, de 26 anos, sofre de uma deficiência cognitiva conhecida como encefalopatia bilirrubínica. Trata-se de uma condição na qual um pigmento da bile se torna tóxico a algumas células do tronco cerebral. Como consequência, a menina passou seus primeiros 17 anos de vida sem falar.

Luiza, assim como sua família, também é torcedora e sócia do Palmeiras e, desde criança, praticava atividades físicas no clube, sempre buscando cursos, os quais conseguisse se adaptar.


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Contudo, segundo revela uma reportagem do UOL Esportes, a torcedora foi convidada a se retirar das aulas de ioga.


No início de fevereiro, a mãe de Luiza, Silvia Carneiro, foi convocada para uma reunião com a coordenação do clube. Ao chegar no encontro, ela se deparou com um advogado e uma assistente social presentes.

“Jamais imaginei que teria um advogado e uma assistente social, aquele quadro de funcionários juntos a postos para falar comigo e com a Luiza. O advogado chegou armado da lei de inclusão, que ele falava que ‘não era bem assim’. Foi uma conversa que achei bastante destemperada, com comentários bastante inadequados”, relatou Silvia.

“Foi desgastante. Desrespeitoso. Preconceituoso. Humilhante. Desumano.”

O UOL teve acesso a trechos da reunião e os mesmos mostram que o Palmeiras queria realocar Luiza de curso: tirá-la da ioga para atender supostas reclamações de outros sócios e também de funcionários.

Entretanto, à reportagem, outras alunas negaram qualquer tipo de reclamação em relação à participação da jovem nas aulas. A professora de ioga, inclusive, negou conhecimento prévio da reunião ministrada pela coordenação.


O Palmeiras preferiu não se posicionar oficialmente sobre o caso nem conceder entrevistas. Ao UOL, o clube alegou que o objetivo da reunião não era convidar Luiza a se retirar das aulas de ioga, mas sim apresentar outras opções.

Silvia declarou que não deseja processar o clube. Sua única intenção é tentar manter a filha participando de atividades físicas e sociais como sócia.

“Gostaria de receber um pedido de desculpa. Eu não quero mais ficar calada perante o que é injusto. Sei reconhecer o que está certo e o que está errado, e as pessoas tratam a gente mal quando a gente exige direitos. Se essa situação não se repetir mais com ninguém, e eles (funcionários do Palmeiras) reconhecerem que estão errados, já é o suficiente.”