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Robert Born·18 de junho de 2019

Opinião: Lotam-se camarotes e bolsos; esquece-se da plebe

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Recorde em arrecadação do futebol brasileiro. Porém com apenas 72% do estádio cheio. Isto foi numa estreia do Brasil, na Copa América, e de quebra com um show no início.

No Morumbi, a média do ingresso pago foi de R$ 485. A Conmebol projeta uma renda de aproximadamente R$ 156 milhões de bilheteria durante o torneio inteiro. Já conseguiu mais de R$ 22 milhões só com o jogo do Brasil. Infelizmente, a entidade provou (mais uma vez) que se preocupa mais com o dinheiro do que com o espetáculo das arquibancadas.


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E sabemos que o jogo não foi lá essas coisas. Um torcedor na arquibancada virou meme após dormir durante o primeiro tempo de Brasil x Bolívia.

O Comitê Organizador Local (COL) informou depois que o recorde na arrecadação deu-se ao fato de que vários camarotes foram vendidos, com preços mais elevados do que os “normais”, no meio da arquibancada.

Por mais que o Brasil esteja iludindo até o torcedor mais fanático, um Morumbi com capacidade para 65.601 pessoas não pode, em hipótese alguma, ter pouco mais de 47 mil pessoas no estádio.

Lotam-se os camarotes, deixam a plebe de olho nas televisões e longe dos estádios.

Em um momento em que uma competição internacional que abriga grandes nomes como Messi, Coutinho, Suárez e Cavani está na sob holofotes, estar apenas preocupado com a falta de público não é o suficiente, senhor Alejandro Domínguez (dirigente da Conmebol).

Não culpe o sul-americano que não quer pagar mais de R$ 300 em um ingresso para ver uma partida de futebol. Culpe a vossa ganância e a falta de sensibilidade. Traga pessoas de projetos sociais e escolas municipais para ocupar os lugares vazios. Quem sabe, desta maneira, o futebol volta a ser orgulho nacional e deixe de ser apenas circo nesta política romana; quem batalha pelo pão não tem tempo para outra coisa.