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Marcos Monteiro·14 de dezembro de 2018

Entenda a proposta de patrocínio bilionária ao Palmeiras

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Às vésperas da eleição presidencial do Palmeiras, uma proposta de patrocínio chegou as mãos da oposição. Com valores que beiram o absurdo para o futebol nacional, a empresa Blackstar Limited International ofereceu um contrato de dez anos e R$ 1 bilhão, em pagamento à vista.

A oferta levantou suspeitas por diversos motivos. Levantamento do Globoesporte.com mostra com detalhes o andamento do que pode ser chamado de “investigação palmeirense”.


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Blackstar

É uma empresa de Hong Kong e não tem registro no Brasil. Promete pagar o patrocínio “com dinheiro 100% de fora” e à vista. Ou seja, tão logo o contrato fosse assinado, o Palmeiras receberia R$ 1 bilhão na conta. De acordo com o levantamento do Globoesporte.com, que levou em conta bases de dados internacionais, a empresa foi aberta no dia 22 de janeiro deste ano.

A Blackstar é uma holding, em outras palavras, abriga outras empresas de diferentes ramos de atividade. São cinco empresas que iram estampar o nome da camiseta do Palmeiras. Rubnei Quícoli, representante da empresa, não deu os nomes mas revelou os ramos de atuação de quatro delas:

  • Uma empresa do agronegócio, com sede no Brasil;
  • Uma de geração de energia, com sede no Brasil;
  • Uma fabricante de aviões, com sede nos Estados Unidos;
  • E uma empresa do ramo de bioenergia, com sede nos Estados Unidos.

O dito representante da Blackstar (que se comunica com o Palmeiras através de um endereço do Hotmail) afirmou que pretende investir, a partir de 2019, R$ 50 bilhões no mercado brasileiro.


Rubnei Quícoli

Apresentou-se como diretor financeiro e sócio da Blackstar. Quícoli foi preso em flagrante por receptação de veículo e uso de moeda falsa. Ainda de acordo com o Globoesporte.com, o empresário denunciou um suposto esquema de corrupção na Casa Civil, em 2010.

Seu primeiro encontro com os dirigentes palmeirenses foi em 2016. Na ocasião, Quícoli fez uma proposta para comprar o Allianz Parque por R$ 800 milhões. A WTorre, detentora dos direitos da arena, não quis saber de conversa.


Não existe negociação em curso. Para iniciar qualquer tipo de conversa com a empresa, diretores do Palmeiras enviaram a Quícoli um questionário com 19 perguntas.

Dentre as perguntas, o clube quer garantias do negocio, conhecer a empresa com detalhes, planos de investimento, referências bancárias, relatório anual de rendimentos.

Quícoli respondeu ao email, sem dar nenhuma das respostas pedidas pelo clube. Porém, em entrevista ao Globoesporte.com, esclareceu, superficialmente, algumas dúvidas.

De acordo com suas respostas, o pagamento do patrocínio adiantado e à vista (algo incomum no futebol) é para evitar as suspeitas de lavagem de dinheiro.

Em relação à Crefisa, Quícoli afirmou que a empresa precisa continuar. Porém, caso queira continuar sozinha, deveria cobrir a proposta da Blackstar.

Ao fim, o empresário deixou claro: “a prioridade é Palmeiras. Mas vamos procurar o Corinthians ou o Flamengo”.

O assunto é tratado no Palmeiras internamente, sem comentários públicos ou entrevistas. Assim também o faz a Crefisa. Segundo apuração do Globoesporte.com, as respostas de Quícoli ao email foram recebidas como provas da falta de solidez no negócio.

A diretoria do Palmeiras entende que a proposta é uma forma de desestabilizar  a relação do clube com a Crefisa, que injeta R$ 80 milhões por ano no clube.