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Robert Born·18 de setembro de 2019

Do inferno ao céu: Como foi o primeiro turno do Flamengo

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Hoje o sorriso é largo, mas não foi sempre assim. O torcedor do Rubro-Negro fez pressão em aeroportos, xingou técnicos e foi palco de uma novela italiana na janela de transferências. Mas tudo isso são águas passadas com o clube na 1ª posição do Brasileirão e ainda na briga pelo troféu da Libertadores.

Relembre os momentos mais marcantes do Flamengo neste primeiro turno que começou com gosto azedo, e terminou açucarado.


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Adeus Xerife

Flamengo e Cruzeiro eram vistos como possíveis campeões do Brasileirão logo na primeira partida do torneio. O Flamengo ganhou, mas o dia foi marcado pelo adeus do xerife, o zagueiro Juan.

Em seguida, o Flamengo perdeu para o Internacional e Abel Braga já avisava que iria usar um time alternativo contra o São Paulo pensando no jogo da Libertadores contra o Peñarol. O que veio em seguida não ajudou.


Copa Mickey

Quem não se lembra disso? O Flamengo soltou uma nota oficial alertando que era o campeão da Florida Cup, “superando um dos possíveis finalistas da Champions League”, no caso tratava-se do Ajax que estava no mata-mata da competição europeia. A nota visava desmentir boatos e demonstrar apoio aos torcedores e à comissão técnica, mas só enfureceu a torcida ainda mais.

Na Libertadores o Flamengo ficou no empate e acabou passando. O Flamengo continuou jogando meia-boca no Brasileirão e o posto de Abel Braga já começava a ser ameaçado com o resultado abaixo do esperado dado o tamanho e qualidade do elenco. Após perder para o Atlético-MG na 4ª rodada do Brasileirão, os muros da sede da Gávea e do CT amanheceram pichados.

Pra piorar, o diretor do Flamengo, Cacau Cotta, xingou os torcedores pichadores do Flamengo ao dizer que “do jeito que foi escrito, Mickey todo certinho, não foi a torcida. Aquilo é político”, disse.


Tchau Abel/Oi Mister

Abel Braga resolveu escalar Diego Ribas ao invés de Arrascaeta nas partidas seguintes. O jogador mais caro contratado por um clube brasileiro estava na reserva e, hoje em dia, sabemos a diferença que Arrascaeta faz no Rubro-Negro. A pressão aumentou, e a panela não aguentou. Abel Braga deixou o Flamengo no dia 29 de maio.

Jorge Jesus foi visto em Madri em reuniões com Rodolfo Landim e o nome do português começou a ganhar força na Gávea e na imprensa. No dia 1º de junho, Jorge Jesus foi oficializado como novo comandante rubro-negro.


Que comecem as contratações

Não só a vinda de Jorge Jesus melhorou os ânimos na Gávea como também os nomes que seguiram o português. O primeiro dele foi Rafinha, lateral-direto. Dia 10 de junho e no início da Copa América.

Após primeiro jogo de Jorge Jesus no comando, o Flamengo anunciou a vinda de Pablo Marí, hoje xodó na zaga rubro-negra.

Logo em seguida veio o monstro do meio de campo: Gerson.

E a cereja no bolo foi a partida antológica de 6 x 1 em cima do Goiás na estreia do Jorge Jesus no Maracanã. Parecia o início da nova lua-de-mel, mas não foi bem assim…


Eliminação na Copa do Brasil, e dificuldades na Liberta

Enquanto no Brasileirão o Flamengo parecia dar uma respirada, em duelos de rubro-negros, o Flamengo levou a pior e perdeu nos pênaltis para o Athletico-PR nas quartas de final. Também difícil de engolir, foi que três cobrados do Flamengo perderam os pênaltis: Diego Ribas, Everton Ribeiro e Vitinho.

A torcida ficou maluca com a eliminação e recebeu o elenco no aeroporto antes de viajar para outro compromisso do Brasileirão.

A viagem era pra enfrentar o Corinthians e o jogo terminou em 1 x 1 e com expulsão de Berrío. Logo em seguida, o Flamengo enfrentou o Emelec no Equador e perdeu por 2 x 0 mesmo tendo um jogador a mais em campo desde o minuto 54. Nessa época, Arão e Diego Ribas eram os mais criticados pela torcida.


A reviravolta

Flamengo perde dentro de campo, mas ganhava fora. Filipe Luís era oficializado pelo Flamengo para reforçar a outra lateral rubro-negra.

Em seguida, Diego Ribas sofreu uma fratura óssea e lesão ligamentar no tornozelo. Até hoje o capitão não pisou no gramado com a camisa do Fla. A torcida ficou em estado de choque, mas isto deu lugar para Gerson, o criticado William Arão, e Everton Ribeiro brilharem e terem mais destaque. Cuéllar passou a ser o ladrão de bolas oficial no meio de campo e William Arão pode se soltar mais na frente.

Flamengo venceu o Botafogo no Brasileirão e partiu pra cima do Emelec com tudo. Gabigol fez dois gols, forçou as penalidades com o time equatoriano e o Flamengo passou nas penalidades. Desta vez todo mundo acertou os pênaltis. A imprensa chamava a classificação de heróica.


Corre atrás do líder 🇧🇷

Antes do retorno da Libertadores, o Flamengo tinha três jogos no Brasileirão e mirava a liderança. Santos estava em alta e com cinco pontos isolado no primeiro lugar.

Tropeçou diante do Bahia, mas venceu o Grêmio e meteu uma goleada contra o Vasco no Mané Garrincha, em Brasília. Diego Alves pegou dois pênaltis e caiu nas graças do torcedor.

Em meio à disputa da liderança no Brasileirão, uma nova novela tomou força e morreu. Mario Balotelli viu seu nome ligado ao clube da Gávea e a imprensa brasileira e a italiana divergiram sobre o futuro do centroavante. No dia 15 de agosto, o Flamengo soltou uma nota oficial avisando que desistia de contratar o italiano para o resto da temporada.

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Em seguida, pelo Brasileirão, o Flamengo venceu o Ceará e assumiu a liderança do Brasileirão, com mesma pontuação do Santos, mas melhor no saldo de gols.


Estrela de Bruno

Foi em meados de agosto que Tite fez a convocação da Seleção Brasileira para amistosos e Bruno Henrique havia sido chamado, mas Gabigol não.

Na Libertadores, Bruno Henrique fez dois gols em cima do Internacional no primeiro jogo das quartas de final da Libertadores e a própria Fifa enalteceu o atleta: “Agora o mundo entende porque ele foi convocado para a Seleção Brasileira”.

No jogo de volta da Libertadores, quatro dias depois de assumir a liderança dividida da Série A, Bruno Henrique deu assistência para Gabigol marcar o gol de empate contra o Internacional, garantindo a classificação do Flamengo nas semifinais do torneio da América do Sul.


Segue o líder

O ladrão de bolas oficial do Flamengo deixou o clube no dia 30 de agosto. O colombiano Cuéllar foi anunciado como novo volante do Al Hilal, time da Arábia Saudita. Havia um receio de que ele faria falta para o Rubro-Negro.

A chance de Gerson se solidificar no meio de campo aumentou, William Arão não precisou mais fingir que era volante e partiu livremente para o ataque quando queria, e o Flamengo despontou na tabela. A próxima partida era contra o Palmeiras, a fortaleza de Felipão que era verdadeira ameaçava para o Flamengo.

Resultado? 3 x 0 para os urubus, dois gols de Gabigol e um de Arrascaeta, e Felipão foi demitido do comando do Palmeiras. Gabigol, mais do que nunca, começa a ser exaltado depois de marcar gol nas últimas partidas do Flamengo. De lá pra cá, o Flamengo só venceu, sempre com um tento do centroavante emprestado pela Inter.

Como num roteiro escrito pelos deuses do futebol, após o Flamengo despachar Palmeiras e Felipão, o 1º turno terminou com jogo diante de outra super potência: o Santos de Jorge Sampaoli. Na briga entre português e argentino, o Mister levou a melhor, novamente com um gol maravilhoso de Gabigol.


Foto: Buda Mendes/Getty Images